Quiero que disfrutéis con el video Chuva marítima en el que recita uno de los poemas de O mar atinge-nos, con las olas rompiendo al fondo.
Chuva marítima
cultivo rosas brancas
em varandas a ocidente
daqui avista-se o mar
e o mar é grande
chove.
atravesso um caminho branco
chove.
o mar entrou pelo meu coração
chove.
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Transcribo otros dos poemas de este trabajo: Desde que a luz se fez artificial y Ontem e hoje, Mãe!
Desde que a luz se fez artificial
desde que a luz se fez artificial ficámos orfãos
juntaram-se nas cidades os solitários
para pôr em comum a solidão,
- fumadores de papel, como teria dito Pavese -
puxados pela corda negra da fome.
há livros de olhos postos no corpo. vêem-se de noite.
de vez em quanto gritam. e nascem folhas que
uma vez abertas não se conseguem mais fechar
doem os olhos
de tanto lhes sentir a foice.
Ontem e hoje, Mãe!
Mãe,
ainda que na Árvore da Vida habites,
sinto a ausência dos teus beijos.
O nosso amor é como um vaso de leite derramando branco
nas nuvens.
As células do nosso corpo,
pequeníssimas estrelas,
comungam todas da mesma revolução.
Mãe,
a comunhão é um estado de autoconhecimento.
e a matéria veste-se para o Inconsciente:
primeiro, sono.
depois, sonho.
por fim,
rendição.
Tu és Deus, e eu também.
Quando te chamo, avanças
quatro,
cinco,
seis mil anos.
Quando entramos em sintonia com os astros
sentimos a alegria do comunismo
das árvores em tuas mãos.
A Vida é um hiper-estado de consciências.
Os crimes são anti-humanos.
As formigas, radiogaláxias que estabelecem comunicações
através das suas pequenas antenas.
Os poetas fazem parte desta sociedade de partículas.
Mãe,
as últimas ondas de luz do universo
transformaram-se em humildes campos terrestres.
Mãe,
não consigo dividir-me por zero.
Tudo está em expansão, quero dizer:
cada vez mais próximo dum ponto central.
Cada centro do espaço
é um novo projecto.
E a luz, a harpa de Thales,
que um dia disse: " Tudo está cheio de Deus".
Eu digo, deus ou deuses
porque as nossas almas são partículas enraizadas nos céus.
Sabes como os asteróides representam a mesma dança – são eles isotrópicos.
Cantam a Incriação.
E eu entro no câmbio,
- colho as sementes do espaço que não mais
existem no zero.
Ontem,
tornei-me photograficamente um quantum.
Alguém disse: " Vieste do Improvável e vais para o Improvável".
Movimentamo-nos em campos de energia. Dançamos.
Deles brota a sagrada estrela da Harmonia.
Mãe,
dizem os índios:
"Se temos um coração bom quando dançamos,
então chove."
PD para la autora
Maria, gostei muito do seu trabalho. Felicidades.
1 comentario:
Elena,
fiquei muito agradada pela delicadeza desta referência. Uma emoção.
Como dizem os índios... " se temos um coração bom quando dançamos, então chove".
Abraços marítimos,
Maria
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